domingo, 10 de junho de 2018

Nutrição Enteral x Parenteral - qual a melhor?

Hoje, a quantidade de artigos científicos publicados diariamente nas várias especialidades médicas é imenso, de forma que se fala, hoje, em duplicidade do conhecimento médico a cada 5 anos. Como saber o que é o melhor para nosso paciente?
A Cochrane é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que realiza revisões sistemáticas com metodologia Cochrane para apresentação da melhor evidência científica disponível em todo o mundo, com o objetivo de ajudar a tomada de decisão nas diversas áreas da saúde.
Acabou de sair a mais nova Revisão da Cochrane na nossa área, de Terapia Nutricional em Pacientes Críticos. 
Lewis SR, Schofield-Robinson OJ, Alderson P, Smith AF.
Enteral versus parenteral nutrition and enteral versus a combination of enteral and parenteral nutrition for adults in the intensive care unit.
Cochrane Database of Systematic Reviews 2018, Issue 6. Art. No.: CD012276.
DOI: 10.1002/14651858.CD012276.pub2.


sábado, 12 de maio de 2018

Dieta Alcalina - evidências de benefícios


A dieta alcalina se baseia no fato de que as pessoas comumente ingerem alimentos que geram valencias ácidas no corpo: alimentos processados, refinados, excesso de carne, etc. 
Além disso, há o agravante do sedentarismo e do estresse permanente. Uma abordagem racional nestes casos seria o de repor as bases, com soluções alcalinas e não apenas bloquear a secreção ácida com os inibidores da bomba de prótons (omeprasol, pantoprasol). Estudo experimental com voluntários publicado na prestigiosa revista européia Clinical Nutrition evidenciou isso: a alcalinização com bicarbonato de potássio pode ser uma estratégia terapêutica útil em condições clínicas de estresse oxidativo, inflamação e sedentarismo. 

 Alkalinization with potassium bicarbonate improves glutathione 
status and protein kinetics in volunteers during 21-day bed rest.

Clinical Nutrition 2018,12:S0261-5614.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Soluções salinas como diluentes de drogas-risco de hipercloremia!


Um estudo publicado na revista Critical Care, com 426 pacientes de UTI, observou que a diluição de medicações com soro fisiológico ao invés de glicosado trouxe mais HIPERCLOREMIA (o que pode ser um risco para injuria renal aguda) e excesso de infusão de fluidos. 
Critical Care Medicine 2018;4:XX.

Esta observação se torna relevante no cálculo dos eletrólitos a serem adicionados à bolsa de Nutrição Parenteral pelo Nutrólogo.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Vitamina D auxiliando no emagrecimento




A suplementação com vitamina D, combinada com um programa de perda de peso, melhora a sensibilidade à insulina em indivíduos saudáveis ​​com obesidade e pode representar uma abordagem personalizada para pacientes resistentes à insulina com obesidade. Isso foi demonstrado em um estudo publicado na prestigiosa revista Obesity, realizado na Itália com 88 voluntários.
Obesity 2018;26:651-657.

terça-feira, 10 de abril de 2018

Novos estudos demonstram os benefícios do Jejum

As sirtuínas, enzimas com atividade  desacetilante, podem ser alvos centrais de novas estratégias preventivas e terapêuticas para freiar o envelhecimento. Provas científicas estão se acumulando em modelos experimentais, mas, em menor escala, também em humanos, de que a antiga prática de restrição calórica (Jejum) pode se mostrar um meio eficaz de prevenir várias doenças degenerativas e adiar os sinais prejudiciais do envelhecimento.
As SIRTUÍNAS atuam mediando os efeitos benéficos da restrição calórica no músculo esquelético e cardíaco, uma vez que esses tecidos são bastante danificados por doenças e pelo envelhecimento. 
A identificação de ativadores das SIRTUÍNAS que imitam a restrição calórica poderia fornecer tais benefícios sem a inconveniência deste estilo alimentar de privação.
Int. J. Mol. Sci. 2018, 19, 928 


O Jejum modula a atividade das SIRTUÍNAS em diferentes compartimentos celulares: 
citoplasma, mitocôndrias e núcleo.

terça-feira, 3 de abril de 2018

Suplementação em atletas-atenção à fisiologia

DICAS: 
1. Ingerir proteínas 1 a 3 horas antes de dormir compensa os declínios da síntese proteica que ocorrem durante o jejum noturno.
2. Ingerir nas 3 refeições principais de 1,6 a 2,2 g/kg/dia de proteína a fim de maximizar a síntese proteica com os exercícios de resistência e força.
3. Ingerir cerca de 0,53 g/kg de proteína se ocorrerem 3 refeições ou 0,4 g/kg no caso de 4 refeições/dia.

Stokes T et al.  Recent Perspectives Regarding the Role of Protein Dietary for the Promotion of Muscle Hypertrophy with Resistance Exercise Training.  Nutrients 2018;   10,180.





segunda-feira, 2 de abril de 2018

Nem tudo que reluz é ouro



Pesquisadores e cientistas costumam ser relutantes com informações veiculadas em redes sociais inclusive porque grande parte não foram verificadas ou confirmadas por fontes primárias. Não é chatice. A verdade é algo muito sério, seja em qualquer campo do conhecimento humano.
Foi publicado um estudo interessante na Revista Science neste mês de abril de 2018 que confirmou esse risco: muito do que se compartilha nas redes sociais pode não ser o que parece.
Avaliou-se 126.000 postagens no Twitter de 2006 a 2017 de 3 milhões de pessoas que as retuitaram por mais de 4,5 milhões de vezes. As notícias foram classificadas como verdadeiras ou falsas através da auditoria de 6 organizações independentes especializadas nesta área e que apresentaram resultados semelhantes, concordantes em 95 a 98%.  As falsas notícias, os boatos, difundiram-se significativamente mais, mais depressa e mais profundamente do que as verdadeiras em todas as categorias de informação: política, saúde, ciência, terrorismo, etc. As notícias falsas foram mais inovadoras do que as noticias verdadeiras, o que sugere que as pessoas são muito propensas a compartilhar novidades. As histórias falsas inspiraram medo, nojo e surpresa e os fatos verdadeiros inspiraram antecipação, tristeza, alegria e confiança. Ao contrário do que se pensa, os robôs aceleram a propagação na mesma proporção de falsas como de notícias verdadeiras, sugerindo que as notícias falsas se espalham mais do que as notícias verdadeiras porque as pessoas, não os robôs, têm maior propensão de disseminá-las!

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018




Nutrição em UTIs-novas tendências x uma Nutrição enteral ultrapassada (1)

Highlights do artigo publicado neste mês pelo grupo 
do prof Arthur Van Zanten, Holanda:
  1. Evidências recentes sugerem que a PROTEÍNA é mais relevante do que a INGESTÃO CALÓRICA no desfecho clínico. 
  2. Várias revisões e papers indicam a elevação do alvo proteico de 1,2 a 1,8 g/kg/dia para doses mais altas tais como de 2 a 2,5 g/kg/dia.  
  3. Casaer et al , entretanto, observaram associações tempo dependentes da ingestão proteica e os desfechos clínicos, baseado nas análises post hoc do estudo EPANIC, no qual ocorreu efeito deletério da ingestão proteica nos primeiros 3 dias de UTI já que isso levou a uma deficiência da autofagia. 
  4. Sugerimos, por isso, elevar gradualmente a oferta proteica ao longo dos dias objetivando sempre uma ingestão proteica mas elevada.
  5. O Guideline Europeu (ESPEN) sugere iniciar a Nutrição Parenteral entre 24-48 h da admissão na UTI, enquanto que o Americano (ASPEN) recomenda isso somente para pacientes com alto risco nutricional enquanto que nos demais pacientes a NP deveria ser iniciada em torno do sétimo dia. A ESPEN recomenda uma NP suplementar em TODOS OS PACIENTES que recebam abaixo da meta nutricional por via enteral após 2 dias de internação embora o Guideline da ASPEN somente indica a NPS se o paciente não é capaz de atingir mais do 60% dos requerimentos nutricionais após 7-10 dias de internação. 
  6. A associação de Nutrição Parenteral com aumento do risco de infecção foi apenas vista
    quando os pacientes receberam significativamente mais calorias, mas não quando a nutrição enteral e a nutrição parenteral tiveram ingestão calórica similar.
  7. Da mesma forma, o trial CALORIES, que comparou NE e NP  com ingestão calórica semelhante, e o NUTRIREA-2 comparando NE e NP em pacientes sob ventilação mecânica com choque não relataram diferenças nas taxas de mortalidade. No entanto, no NUTRIREA-2 a NE esteve associada com taxas mais altas de vômitos, diarréia, isquemia intestinal e pseudoobstrução colônica aguda, enquanto que a Nutrição Parenteral esteve associada com maior adequação calórica e protéica.
  8. A NE não é mais considerada superior à NP
    conforme estudos recentes.
 1. Koekkoek KWAC, van Zanten ARH.
Nutrition in the ICU: new trends versus old-fashioned standard enteral feeding?
Anesthesiology  2018;31(0):XX


quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Obesos sobrevivem mais após uma Parada Cardíaca 


Embora saibamos que a obesidade seja fator de risco para doenças cardíacas, estes pacientes com Índice de Massa Corpórea mais elevado sobrevivem mais a ataques cardíacos súbitos, fenômeno conhecido como PARADOXO DA OBESIDADE, conforme estudo realizado com 1298 pacientes na Universidade de Pittsburg, no estado americano da Pensilvania.

Matinrazm S, Ladejobi A,
Pasupula DK, et al. Effect of body mass index on survival after
sudden cardiac arrest. Clin Cardiol. 2018;1–5. 

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Hiponatremia durante a Nutrição Parenteral


Artigo original de um grupo europeu destaca a importância da hiponatremia em pacientes com Nutrição Parenteral. A hipoproteinemia, achado comum nestes pacientes, induz uma sobrestimação do sódio serico. Neste estudo, 64% dos pacientes que estavam eunatremicos antes do início da NP desenvolveram hiponatremia durante esta dieta quando o sódio foi corrigido para ao valores séricos de proteína. A hiponatremia, porém não foi relacionada com a composição das bolsas de NP. 

Eur J of Clin Nutr (2017) doi:10.1038/s41430-017-0026-5