terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Nutrição em UTIs-novas tendências x uma Nutrição enteral ultrapassada (1)

Highlights do artigo publicado neste mês pelo grupo 
do prof Arthur Van Zanten, Holanda:
  1. Evidências recentes sugerem que a PROTEÍNA é mais relevante do que a INGESTÃO CALÓRICA no desfecho clínico. 
  2. Várias revisões e papers indicam a elevação do alvo proteico de 1,2 a 1,8 g/kg/dia para doses mais altas tais como de 2 a 2,5 g/kg/dia.  
  3. Casaer et al , entretanto, observaram associações tempo dependentes da ingestão proteica e os desfechos clínicos, baseado nas análises post hoc do estudo EPANIC, no qual ocorreu efeito deletério da ingestão proteica nos primeiros 3 dias de UTI já que isso levou a uma deficiência da autofagia. 
  4. Sugerimos, por isso, elevar gradualmente a oferta proteica ao longo dos dias objetivando sempre uma ingestão proteica mas elevada.
  5. O Guideline Europeu (ESPEN) sugere iniciar a Nutrição Parenteral entre 24-48 h da admissão na UTI, enquanto que o Americano (ASPEN) recomenda isso somente para pacientes com alto risco nutricional enquanto que nos demais pacientes a NP deveria ser iniciada em torno do sétimo dia. A ESPEN recomenda uma NP suplementar em TODOS OS PACIENTES que recebam abaixo da meta nutricional por via enteral após 2 dias de internação embora o Guideline da ASPEN somente indica a NPS se o paciente não é capaz de atingir mais do 60% dos requerimentos nutricionais após 7-10 dias de internação. 
  6. A associação de Nutrição Parenteral com aumento do risco de infecção foi apenas vista
    quando os pacientes receberam significativamente mais calorias, mas não quando a nutrição enteral e a nutrição parenteral tiveram ingestão calórica similar.
  7. Da mesma forma, o trial CALORIES, que comparou NE e NP  com ingestão calórica semelhante, e o NUTRIREA-2 comparando NE e NP em pacientes sob ventilação mecânica com choque não relataram diferenças nas taxas de mortalidade. No entanto, no NUTRIREA-2 a NE esteve associada com taxas mais altas de vômitos, diarréia, isquemia intestinal e pseudoobstrução colônica aguda, enquanto que a Nutrição Parenteral esteve associada com maior adequação calórica e protéica.
  8. A NE não é mais considerada superior à NP
    conforme estudos recentes.
 1. Koekkoek KWAC, van Zanten ARH.
Nutrition in the ICU: new trends versus old-fashioned standard enteral feeding?
Anesthesiology  2018;31(0):XX


Nenhum comentário:

Postar um comentário