terça-feira, 27 de dezembro de 2022

 Dietas Enterais causam deficiência de Micronutrientes ?

    O avanço da tecnologia permitiu a indústria produzir fórmulas de dietas enterais nutricionalmente equilibradas. Porém, o seu uso, a longo prazo garante o aporte de todos os micronutrientes ?

 Uma revisão sistemática publicada no final de 2022 foi a primeira a identificar vulnerabilidades de micronutrientes em pacientes que recebem Nutrição Enteral a longo prazo e forneceu insights importantes sobre este problema. 

    As formulações comerciais de NE foram criadas para fornecer a ingestão diária recomendada  (DRIs) de micronutrientes em 2000 kcal.  Foram, no entanto, recentemente emitidas recomendações para que as dietas de NE sejam nutricionalmente completas com uma oferta de apenas 1500 kcal, reconhecendo os requisitos e/ou provisões, muitas vezes mais baixos, de muitos doentes alimentados com NE.

     O desafio é que, na prática e evidenciado nesta revisao sistemática, que a infusão média de dieta enteral na maioria dos pacientes é de apenas 1000 a 1500 kcal/dia. Os médicos devem estar cientes da necessidade potencial de prescrição complementar de micronutrientes para pacientes com baixos requisitos de volume de dieta enteral.

  • Vitaminas hidrosolúveis - deficiência geralmente é baixa
  • Vitaminas liposolúveis - deficência variável mas com risco maior para a vitamina D e K.
  • Oligoelementos - prevalência de deficiências variável, com Cobre, Zinco, Selênio e Ferro com maior risco.
  •  NE em baixo volume com quantidades inadequadas de nutrientes aumenta o risco de deficiências específicas de micronutrientes em doentes alimentados por via enteral (< 1,5 a 2 L/dia).
  • Pacientes que iniciam a NE após um período de declínio nutricional podem estar em maior risco de deficiência de micronutrientes.
  • NE por JJT como única fonte de nutrição pode aumentar o risco de deficiência de Cobre.
Tratamento:
  1. Cobre - 2 a 4 mg/dia por SNG ou GTT ou 1,27 mg por via EV
  2. Zinco - 10 a 37,5 mg por SNG ou GTT
  3. Selênio - 100 mcg ou  5 mcg/kg
  4. Vit K - dose individualizada por SNG ou GTT
Fonte:

1. Osland EJ et al.  Micronutrient deficiency risk in long-term enterally fed patients: a systematic review. Clinical Nutrition ESPEN 2022;52:395-e420.

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