Nem tudo que reluz é ouro
Pesquisadores e cientistas costumam ser relutantes com informações veiculadas em redes sociais inclusive porque grande parte não foram verificadas ou confirmadas por fontes primárias. Não é chatice. A verdade é algo muito sério, seja em qualquer campo do conhecimento humano.
Foi publicado um estudo interessante na Revista Science neste mês de abril de 2018 que confirmou esse risco: muito do que se compartilha nas redes sociais pode não ser o que parece.
Avaliou-se 126.000 postagens no Twitter de 2006 a 2017 de 3 milhões de pessoas que as retuitaram por mais de 4,5 milhões de vezes. As notícias foram classificadas como verdadeiras ou falsas através da auditoria de 6 organizações independentes especializadas nesta área e que apresentaram resultados semelhantes, concordantes em 95 a 98%. As falsas notícias, os boatos, difundiram-se significativamente mais, mais depressa e mais profundamente do que as verdadeiras em todas as categorias de informação: política, saúde, ciência, terrorismo, etc. As notícias falsas foram mais inovadoras do que as noticias verdadeiras, o que sugere que as pessoas são muito propensas a compartilhar novidades. As histórias falsas inspiraram medo, nojo e surpresa e os fatos verdadeiros inspiraram antecipação, tristeza, alegria e confiança. Ao contrário do que se pensa, os robôs aceleram a propagação na mesma proporção de falsas como de notícias verdadeiras, sugerindo que as notícias falsas se espalham mais do que as notícias verdadeiras porque as pessoas, não os robôs, têm maior propensão de disseminá-las!